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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Será que eu nasci na época errada?

Essa semana eu tive uma notícia que me deixou muito feliz. Aliás, feliz é pouco, eu estou eufórico, ansioso, animado, e todo tipo de sentimento bom que você possa imaginar. A Notícia?? Uma das minhas bandas favoritas vai vir em tunê ao Brasil em abril do ano que vem: Roxette.

 Marie Fredriksson e Per Gessle - o Roxette
Muitos que tenham a idade próxima da minha (19-20) devem estar pensando "Q diabos de banda é essa?" ou "Caraca, isso é do tempo dos meus pais". Tudo bem, pra quem não conhece, o Roxette é uma dupla sueca que fez muito sucesso entre os anos 80 e 90, tendo musicas executadas em filmes clássicos como "Uma Linda Mulher".
Na verdade, música sempre foi um assunto frustante para mim. Um dos elementos que caracterizam os "grupinhos" ou "tribos" na adolescencia é a música. E eu, especificamente, nunca me interessei por nenhum artista do circuito dos mais populares de determinada época da qual eu fazia parte. Para vocês terem uma ideia, com 13 para 14 anos, a minha maior distração era ouvir Legião Urbana (é, até hoje é, kkk, sou meio fanático por eles), essa banda marcou a minha história, os momentos mais difíceis da minha adolescencia (como o meu processo de sair do armário, por exemplo). Vocês não tem noção do quanto foi frustante pra mim nunca ter ido a um show deles, já que a banda se desfez quando eu tinha 5 anos.

Da esquerda p/ direita: Renato Russo, Renato Rocha, Dado Vila Lobos, Marcelo Bonfá - a Legião Urbana


Depois da Legião, ao invés de eu ouvir Hip-Hop e Funk, como fazia a maioria ds meus coleguinhas, eu passei a ouvir artistas e bandas como "Queen" (anos 70), A-Ha (anos 80), Bread (Anos 60), Elton John (Anos 70), a própria Roxette (anos 80) e finalmente os Beatles (anos 60).


Freddie Mercury: o Incrível vocalista do Queen

Pra mim, a música de uma época reflete o que as pessoas dessa época estão vivendo, principalmente a juventude. Toda vez que ouvia qualquer uma dessas bandas, me vinha um profundo sentimento de vazio, misturado com um pouco de inveja e muita nostagia, uma nostalgia estranha, sem motivo, afinal de contas, eu nunca vivi em nenhuma dessas épocas. E a questão era realmente essa: por que eu não nasci na mesma época que meus pais? Será que eu nasci na época errada? Eu fico triste de pensar na porbreza ideológica e sentimental dos jovens do meu tempo. Eu tenho ideais muito bonitos para ter nascido na época em que eu nasci. Não se consegue mais falar de amor sem se fazer alusão a sexo, não se consegue mais falar de igualdade frente a futilidade das pessoas, não se fala mais de política porque é chato e não ajuda a vender os discos. Hoje em dia, tudo que não é lixo ou mercadoria, é tão vazio que não vale nem a pena ouvir (salvo lindíssimas excessões).
Talvez fosse até meio preconceito da minha parte, mas eu sempre fui intolerante com músicas atuais, pra ser boa, a música tinha que datar de antes de 1996, de preferencia; raras excessões ultrapassavam essa data. Resutado, eu sempre fui um jovem retrô, um jovem de 15-20 com cabeça de 45-50. É, eu encontrei a minha tribo, algumas poucas pessoas da minha idade que curtiam a moda retrô no meio musical, mas eu sempre senti que comigo era mais forte. Talvez todas essas referencias me tornaram um adolescente e, agora um jovem com comportamento retrô, até meio careta  as vezes. E quando eu digo retrô, eu não to dizendo cricri não, tá? Quando eu me refiro a ter uma cabeça retrô, eu estou dizendo que me sinto mais na vibe das pessoas com mais de 30 do que com as pessoas na mesma faixa de idade que eu. Acho as vezes que sou maduro demais para a idade que eu tenho, mais até do que eu desejava.
 O que me consola no meio dessa história toda é que, provavelmente, se eu tivesse nascido na época dos meus pais, eu provavelmente não teria feito faculdade, teria casado e estaria com uns 2 filhos... Ah, e eu seria uma cara muito infeliz também. kkkk. O mais gratificante é que eu não teria conhecido os amigos que eu amo tanto se eu não fosse dessa época. Talvez eu tenha vindo ao mundo para ter essa personalidade excentrica mesmo, e isso faz de mim uma pessoa única.
Como considerações finais eu deixo que, lendo os blogs de vocês, eu fiquei realmente feliz, pois ainda existem pessoas no mundo com coisas interessantes a dizer. Quando digo que a "Juventude de hoje é vazia" eu não estou querendo genralizar, apenas penso que a maioria é vazia. Vocês fazem parte da minoria, e eu aprendo muito com vocês a cada dia. Antes que eu me esqueça, eu adoro a Lady Gaga, das atuais ela é a melhor, pelo menos ela faz sátira de tudo, kkkk.

"O sistema é maus, mas minha turma é legal. Viver é foda, morrer é difíciu. Te ver é uma necessidade. Vamos fazer um filme?" (Legião Urbana - Vamos fazer um filme / 1994)

Um abraço a todos e até o próximo post ;D

9 comentários:

Luciana Nepomuceno disse...

Poxa, EU sempre tive certeza que minha época não era essa. Não sei se pra frente ou pra trás. O certo é que adoro filmes dos anos 40, minhas músicas preferidas são de 60/70, acho lindo valores antigos como, sei lá, ser bem educado, rsrs. Mas, pra equilibrar, não consigo me imaginar morando em uma época em que preconceitos eram mais arraigados e naturalziados do que hoje (e olhe que hoje ainda machuca pra caramba). Gosto sempre de vir aqui. E de recebê-lo lá. Muitos beijos

Gui disse...

Olha, Ju, não posso dizer que compartilho do seu sentimento. Eu sou um cara muito pra frente (ui!), não conseguiria me adaptar em um lugar onde eu não poderia falar o que penso na hora que penso. Imagine eu na ditadura? É melhor não...

Mas, gosto musical é uma coisa muito único mesmo. O importante é você poder enxergar além da melodia, e ter algum sentimento...

Beijos

FOXX disse...

é, vc nasceu na época errada

e sobre o comentário no meu blog:
vc tem pena dele? tenha pena de mim que sou abordado por esse tipo de homem na rua.

Anônimo disse...

Descobri seu blog através da indicação do Gui. Gostei pacas!

Eu também sinto que nasci na época errada. Tenho 22. E adoro Roxette (Fading Like a Flower está na minha lista das mais ouvidas). Até meu pai tira sarro das músicas que ouço, dizendo que nem o pai dele ouviria coisas tão antigas...

Mas, fazer o quê? Gosto não se discute. Se escuta.

Abraço!

Lobo disse...

Eu nem me sinto na época errada. Apesar de gostar de Metal, curto tanto as coisas mais clássicas (Como Judas, Black Sabbath Led Zeppelin) até coisas bem mais recentes. Se eu nascesse muito antes também, não ia conhecer várias bandas que amo de paixão! :p

E esse saudossismo é neio normal. A época anterior acaba sempre sendo vista de certa forma como dotada de mais valores tradicionais, pelo que nos vemos em filmes e pelo que nossos pais contam, mas eu penso que a doideira sempre existiu.

Um beijo Júlio!

DPNN disse...

Roxette é sensacional, como certeza iremos vê-los! Eu sou um filho dos anos 80, foi a década em que eu vivi minha adolescência, então sou suspeito pra falar. Gosto tanto do melhor quanto do pior da década. Jovens idiotas ou alienados sempre existiram, não é uma dádida dos tempos atuais, rs, e confesso que os piores sempre foram (em todas as décadas) os doutrinados que se acham politizados, mas na verdade só repetem discursos vazios decorados de algum professor de história/geografia picareta... aí eu prefiro os mais vazios mesmo, pois pelo menos são divertidos...kkk Me considero um cara contemporâneo, acho as coisas atuais são tão boas quanto as mais "antigas". Abração!

disse...

Eu adooooro legião também.
Sabe que as vezes eu super me acho super fora do aquário? O exemplo mais recente foi a entrevista do Cesar Povilho, que meus amigos se escangalhavam de rir, e eu não achei a menor graça.

beijo pra você!

O+* disse...

essa banda marcou a minha história, os momentos mais difíceis da minha adolescencia (x2)

Mas eu fui nos shows e num deles fiquei tão na frente que roubei a lista de músicas hauahuahaua

Vc está na moda! A moda é ser vintage!;-)

Alexandre Willer Melo disse...

oi, passando pra retribuir a visita lá no afternonsense..
olha, juro que eu podia ter escrito esse post, sinto a mesma coisa. aqui, wans (Bewilde, vai lá) é que está sempre com o novo nos ouvidos mas para mim pouco pode, hoje, levar esse rótulo.
também me sinto mais à vonatde com as 'velharias'..